Da compulsão ao equilíbrio: Como eu mudei a minha rotina alimentar
- Gabriela Bez
- 21 de mai. de 2018
- 5 min de leitura
Oi, gente!
Nem sempre eu fui essa pessoa que sou hoje. Aliás, arrisco dizer que eu era praticamente oposto de como sou atualmente. Duvidam? Pois no post de hoje vou contar a história de como era minha rotina alimentar e de como eu fui de um extremo ao outro até chegar no meu ponto de equilíbrio!

Eu era uma criança que amava comer. Minha tia sempre conta a história de que me deu um prato de sopa eu comi tudo. Me deu mais um porque eu tava com fome. Quando eu pedi o terceiro ela disse que já achava demais. E isso resume bem minha infância e pré-adolescência: Sempre tive bastante apetite!
Eu amo comer, sou descendente de italianos e todo final de semana nossa reunião era em volta da vasta mesa de almoço. Comia bem e nunca tinha tido nenhum problema. Claro, assim como grande parte das crianças eu amaaava bolacha (trakinas!), mcDonalds, refrigerante... Comia quase sempre essas besteiras mas, não era nada gordinha.

Com o passar dos anos, mais ou menos ali quando eu tinha uns 13, eu tinha uma aula que se chamava empreendedorismo, onde nós montávamos um negócio. O meu era de Xburguer logo, quase sempre tinha comida que sobrava e eu comia. Comecei a engordar e tive uns episódios de bulimia, onde eu comia e vomitava depois porque estava me sentindo culpada de não ter auto controle. Não durou muito porque fiquei com vergonha das minhas amigas que ficaram me fiscalizando (valeu, migas! :)
O tempo passou mas, a minha nóia só cresceu. Entrei na adolescência, naquela fase foda onde a gente não sabe quem é e se baseia na mídia e nos outros para nos definir. Comecei a fazer dietas e mais dietas porém, nenhuma "adiantava." Me via sempre comparando meu corpo com o das minhas amigas, que eram super magras e me sentia infeliz com aquelas coxas que viviam roçando uma na outra.
Aí então eu vivia nesse engorda emagrece, fazendo uma dieta aqui, uma dieta ali até que então eu comecei a ganhar seguidores no Instagram. Foi muito legal e eu vi ali uma oportunidade até pra chamar gente para a minha marca. Nessa época eu corria bastante (sempre fui do esporte!) mas, tinha bastante celulite por causa das besteiras que comia.

Com isso, meu treinador disse que uma forma de eu atrair mais público fitness para o meu Instagram era ter um corpo a "prova de defeitos"(leia-se trincada). Foi aí então que eu comecei o Projeto 10, um projeto onde eu ia passar de 15% de gordura para 10% em dois meses. Nem preciso dizer muito pra vocês perceberem o início de uma doença né...

No início achei super legal e tal mas, com o tempo comecei a ver aonde eu tinha me metido. A dieta espartana aliada a um circuito de exercícios físicos diários, muitas vezes duas vezes por dia, começou a pesar. Comer frango com batata doce todo dia tava ficando cansativo. Deixei de sair diversas vezes para "não cair em tentação"Comecei a ter episódios de compulsão alimentar onde chegava aos domingos e eu comia até literalmente passar mal. Pra vocês terem uma noção, eu era capaz de comer um pacote de bolacha, um de chocolate, sorvete, bolo e tudo isso depois de uma pizza ou um xburguer. Eu ia dormir com vontade de vomitar, de tanta coisa que tinha na minha barriga.
Chegou ao fim do projeto 10, eu estava com 12% de gordura, com aaaltos corpão mas, extremamente estressada. Tempos depois, voltei com o corpo que tinha antes e caí em depressão.

Me tratei da depressão e comecei a ler. Comecei a enxergar que, talvez, nem tudo aquilo que eu pensava era real. Talvez eu não fosse só um corpo. Talvez eu não precisasse ter seis quadradinhos na barriga para as pessoas começarem a me amar. Comecei a questionar minhas verdades e a realidade em que eu estava vivendo. Comecei a ler o poder do agora, o poder do silêncio o poder de tudo. Questionei eu, o sistema, a sociedade. E assim, aos poucos, eu comecei a minha alimentação, minha auto imagem e minha vida. Comecei a malhar mais em casa e a diminuir as restrições alimentares...

Hoje em dia eu tenho uma alimentação super tranquila! Eu até como um pedacinho de chocolate todos os dias! Geralmente faço umas seis refeições por dia, café da manhã, almoço, 2 lanchinhos, janta e ceia. E como o que tem pra comer ali! As vezes tenho sopa de feijão com macarrão mas, as vezes tenho uma super torta de legumes com suco verde. Tudo depende! Gosto muito daquele termo Mindfull Eating, que se refere à comer quando estamos com fome. Claro que esse termo também dá vazão a outra interpretação de como se a gente pudesse comer tudo o que a gente quer. É e não é ao mesmo tempo. Acredito que a gente tem que comer o que a gente tem vontade mas, a gente também tem que saber que comer pizza todo dia não rola né? Não é nem por estética mas, por saúde e energia também! Nós somos uma máquina e o alimento é nosso combustível.

A real mesmo é que eu acho que colocamos regras demais na comida! E isso faz com que a gente sempre fica tensa com algo que deveria ser natural! Tem que comer de três em três horas, tem que comer tal porção de cada coisa, carboidratos depois das seis não rola, tomar água com limão ao acordar é essencial, chocolate só 70%, vinho pode cerveja não... Chega! Não quero fazer apologia a chutar o balde mas, não faz sentido vivermos com tantas regras! Não faz sentido a gente se alimentar em virtude de uma certa estética! Você pode sim ter um corpo bonito mas, isso não quer dizer que ele precisa ser sarado ou super magro. O corpo bonito vai ser o reflexo daquilo que você coloca pra dentro. E você pode ser coxuda que nem eu ou magra que nem a Gisele. Os dois tipos são bonitos (autoestima tá boa ein kkk)

É por isso que eu sou do time que devemos focar no básico. Cerque-se de alimentos saudáveis, encha a geladeira de frutas, legumes e oleaginosas, beba bastante água, faça exercício físico mas uma besteirinha de vez em quando. O quanto de cada coisa, o horário em que você vai comer, a quantidade de morangos ou bananas que você vai colocar no seu shake, isso não importa! O que importa é a gente fazer o básico para ter o nosso corpo saudável! Não precisa ser super radical! E uma alimentação saudável não precisa fugir muito também! Um arroz, feijão e brócolis já é um prato completo!
Procure passar mais tempo na feira do que no supermercado. Cozinhe mais e evite alimentos prontos e processados. Mexa seu corpo, se possível todos os dias, da maneira que melhor você se sente. Pode ser academia, natação, balé, yoga, dança, enfim! Pense no seu corpo como uma máquina. Quanto mais a gente foca no simples, mais resultados teremos. Alimentação deve ser um ato de amor e nutrição, e não de punição, descontrole ou recompensa.

E lembre-se, acima de tudo: Uma pessoa saudável antes de tudo é uma pessoa feliz!
Boa semana! <3
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